quinta-feira, 24 de abril de 2014

Arquitetura e Urbanismo no Extremo Oriente

A arquitetura chinesa refere-se ao estilo de arquitetura que tomou forma na China ao longo dos séculos. A maior parte dos princípios estruturais da arquitetura chinesa permaneceram inalterados, e as principais variações se dando apenas nos detalhes decorativos. Desde a dinastia Tang a arquitetura chinesa teve uma influência decisiva nos estilos arquitetônicos do Japão, da Coreia e do Vietname.

"A arquitetura da China é tão antiga quanto a civilização chinesa. Para cada fonte de informação - literária, gráfica, exemplar - existem fortes evidências testemunhando o fato de que os chineses sempre empregaram um sistema indígena de construção que manteve suas principais características, desde os tempos pré-históricos até o presente. Ao longo da vasta área que vai do Turquestão chinês ao Japão, da Manchúria à metade norte da Indochina francesa, o mesmo sistema de construção prevalece; e esta era uma área de influência cultural chinesa. Que este sistema de construção possa ter se perpetuado por mais de quatro mil anos ao longo de um território tão vasto e ainda assim permaneça uma arquitetura viva, que mantém suas características principais apesar das repetidas invasões estrangeiras - militares, intelectuais e espirituais - é um fenômeno comparável apenas à continuidade da civilização da qual ela é uma parte integral."1

Este artigo dá uma explicação rápida da arquitetura tradicional chinesa antes da introdução dos métodos de construção ocidentais, durante o início do século XX. Ao longo deste século, no entanto, arquitetos chineses educados no Ocidente tentaram combinar desenhos tradicionais chineses em edifícios modernos, quase sempre governamentais, com sucesso apenas limitado. Além disso, a pressão pelo desenvolvimento urbano por toda a China contemporânea exige uma maior velocidade de construção e um coeficiente de ocupação do solo mais elevado, o que significa que nas grandes cidades a demanda pelos edifícios tradicionais chineses, que normalmente têm menos de três andares, vem caindo e dando lugar à arquitetura moderna. No entanto, as capacidades tradicionais exigidas pela arquitetura chinesa, como a carpintaria, a alvenaria e a cantaria, ainda são aplicadas à construção da arquitetura vernácula na vasta área rural do país.



Existem certas características comuns à maior parte da arquitetura chinesa, independente de sua específica região de origem ou ao uso ao qual à construção é destinada:

Ênfase horizontal

A mais importante destas características é a ênfase no eixo horizontal, em particular na construção de uma plataforma pesada e um grande telhado que "flutue" sobre esta base, com as paredes verticais não tão enfatizadas. Isto contrasta com a arquitetura ocidental, que tende a crescer em tamanho e profundidade. A arquitetura chinesa enfatiza o impacto visual da largura dos prédios. Os salões e palácios da Cidade Proibida, por exemplo, têm tetos relativamente baixos se comparados aos edifícios equivalentes no Ocidente, porém a sua aparência externa sugere a natureza onicompreensiva da China imperial. Estas ideias aos poucos também foram levadas à arquitetura ocidental moderna.

Esta característica, obviamente, não se aplica aos pagodes - que, de qualquer maneira, são relativamente raros e limitados aos complexos de edifícios religiosos.

Os pagodes são uma característica fortíssima na arquitetura chinesa.





Simetria bilateral
Outra característica importante é sua ênfase na articulação e simetria bilateral, que indica equilíbrio. A simetria bilateral e a articulação dos edifícios é onipresente na arquitetura chinesa, de complexos palacianos à humildes casas de fazenda. Quando possível, projetos de reformas e extensões de uma casa procuram seguir e manter esta simetria, se o proprietário puder custear esta manutenção.

Contrastando com seus edifícios, os jardins chineses são uma exceção notável, tendendo a ser assimétricos. O princípio que está sob a composição dos jardins é o de criar um fluxo duradouro e emular a natureza.


Espaços cercados
As práticas contemporâneas arquitetônicas do Ocidente tipicamente envolvem um edifício que é cercado por um jardim ou espaço aberto em sua propriedade. Estas práticas contrastam com a maior parte da arquitetura tradicional chinesa, que constrói edifícios ou complexos de edifícios que ocupam toda a propriedade, porém contém em seu interior espaços abertos, que podem ter duas formas: o pátio aberto e o "poço do céu"

O uso de pátios abertos é uma característica comum às muitas variantes da arquitetura chinesa, porém pode ser melhor exemplificada no Siheyuan, que consiste de um espaço vazio cercado por edifícios que são ligados uns aos outros diretamente ou através de varandas.


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